Há muitos artigos, teses, estudos e livros sobre o Ego, desde abordagens científicas, embasadas pela psicologia, psicanálise em todas as suas escolas e variantes, como pela filosofia, educação e por aí vai.
Observo que grande parte das reflexões costumam “descer a lenha”, com todo respeito, no danado. Intrigada com tal situação, resolvi conversar com o Ego para entender mais a respeito. Confesso que fiquei surpreendida com as descobertas, então deixo aqui um breve relato do nosso bate-papo.
Ah pessoal! É legal saberem que essa conversa foi conduzida com o Ego na minha sala, tomando um café, ok?
Assim peço licença ao “Ego de todas as demais abordagens”, para transcrevê-la…
Poderia falar um pouco sobre sua origem?
– Claro, na verdade estou com você desde que nasceu, fui me desenvolvendo conforme o seu processo de nutrição, cuidados e crescimento ocorria. Nas interações que tínhamos com a família, escola…
Hum, agora fiquei confusa! Uma criança já pode ter um Ego então?
– Veja, foram os elementos que recebeu, desde criança, que foram me moldando, me transformando, deixa eu dar um exemplo para facilitar…
Imagine que você fosse “bajulada”, mesmo diante de coisas erradas e colocada como “centro das atenções” isso me levaria a acreditar que eu estaria sempre certo, basicamente um “digno de aplausos”. “estou sempre com a razão”. Entretanto se fosse muito criticada ou diminuída, diante dos irmãos ou colegas da escola, por exemplo, eu me moldaria com sentimentos de inferioridade e de baixo autoestima, como um “Eu sempre faço tudo errado”, “Eu não sirvo para nada mesmo”.
Mas vamos lá, entender direitinho isso: não significa que no primeiro caso você seria uma “super estrela” e que no segundo ficaria debaixo da mesa. Poderia haver um efeito contrário, com base no segundo exemplo: eu poderia ter desenvolvido uma espécie de “armadura” e para evitar olhar que fui muito diminuído me comportaria como o ser mais superior dessa vida, porque isso vai depender também de outros fatores que não dá para explicar agora, ok? O Ego também é muito ocupado.
Nossa parece complexo, você tem mais exemplos para me ajudar?
– Que nada menina é simples, é seu Ego quer tornar complicado! Tudo o que uma pessoa vivencia e experencia, desde a infância, vai me forjando, e trazendo a percepção de quem sou, com base nas relações, aos estímulos recebidos e outras coisinhas que as pessoas “trazem de fábrica” dentro de uma espécie de “disco rígido”, como registros de memórias por exemplo. Fica mais fácil de entender observando o Ego alheio, imagine pessoas agressivas, possessivas, controladoras, que estão sempre certas, ou do outro lado, pessoas apáticas, vitimizadas, fragilizadas, enfim todos esses comportamentos têm origem nas experiências que viveram.
Meu Deus, então estamos todos sujeitos a isso, uma série de comportamentos e manifestações nada agradáveis em função do Ego?
– Calma também não é assim, olha aí o seu Ego querendo dizer que não tem escolhas.
Em paralelo ao meu desenvolvimento, a sua consciência também evolui a partir dessas experiências e você pode começar a se incomodar com suas atitudes, com o impacto que causa nas pessoas, com os resultados que observa na sua vida e então, com certeza poderá despertar e realizar diversos movimentos de autoconhecimento e de transformação para me educar! Entenda, o Ego também pode ser flexível.
Então é possível mudar o Ego?
– Claro que é! É só deixar a sua outra parte, a tal da consciência no domínio da situação que eu vou me acalmando, me adequando e a gente ficará bem no final.
– Deixa eu te dar uma dica, se você observar que não consegue realizar esse movimento sozinha, busque ajuda hein? Por que eu às vezes gosto de dizer que ninguém pode te ajudar, que não há nada que possa ser feito, que você tem que resolver tudo sozinha, então não me dê tanto ouvidos, mas perceba os sinais por traz dessas minhas falas, tá?
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